Paróquia de Salvador de Santarém

Description level
Fonds Fonds
Reference code
PT/ADSTR/PRQ/PSTR21
Title type
Controlado
Date range
1832 Date is certain to 1911 Date is certain
Dimension and support
27 liv.; papel
Biography or history
Concelho: Santarém

Freguesia/localidade: Salvador/ Santarém

Orago: Divino Salvador



Consta que a igreja foi sagrada em 1335. Mário Viana data a primeira menção à paróquia de 1227 (ANTT/Mosteiro de Santa Clara de Santarém, mç.9, ns. 573-574).

Era vigararia de apresentação das Rainhas, que foi priorado e reduzido depois a Comenda da Ordem de Santiago.

Apresentava 3 curatos: Nossa Senhora da Conceição de Azóia de Baixo, Nossa Senhora da Luz de Póvoa dos Galegos e São Brás de Romeira. Era colegiada com 8 beneficiados.

Irmandades: SS. Sacramento, São Crispim e Senhor Jesus do Terço.

Tinha os seguintes conventos nos seus limites: São Domingos, OP Dominicanos, da Santíssima Trindade, OFM Província de Portugal, S. Francisco, OFM Primeira Ordem, Padres da Companhia de Jesus, SJ Província Portuguesa, Agostinhos Descalços, OSA Eremitas Descalços de Santo Agostinho, Santa Clara, OFM Província de Portugal e São Bento, OSB Ordem de São Bento (não referido na Memória Paroquial).

Tinha as seguintes igrejas nos seus limites: Nossa Senhora da Piedade e Igreja do Seminário (Imaculada Conceição).

Tinha anexas 8 ermidas: São Sebastião, Santo Amaro, Espírito Santo, pertencente à Misericórdia, que serviu muitos anos de paróquia, Nossa Senhora do Monte (dentro dos limites da vila), Nossa Senhora dos Anjos, Santo António dos Olivais, Santa Ana, no campo da Valada e a Ermida do marquês de Alorna, na sua quinta, em Vale dos Nabais (Almeirim).

Compreendia as seguintes povoações, aldeias, casais ou quintas, de acordo com informações do pároco em 1843 e 1848, no centro da vila: Bairro de Santa Clara, fora da vila: Alcaçarias, Moinhos de S. Bento, Calçada do Monte, Nossa Senhora do Monte, Carne de Coita, Jardim de Baixo e Jardim de Cima, Quinta do Rolim, São Pedro, Quinta dos Pinheiros, Vale de Salmeirim, Chafariz, Portela, Nossa Senhora dos Anjos, Besteira, Vendas Velhas, Quinta da Fonte Boa, Vale de Tijolos, Vale de Nabais e Casal do Craveiro.

No livro de registo de batismos dos anos de 1856-1869 são referidas na vila, as seguintes ruas, largos, travessas e becos: Terreiro da Piedade, Travessa do Fróis, Adro, Largo e Traseiras do Salvador, Largo do Espírito Santo, Rua Direita, Largo do Correio Velho, Rua de São Nicolau, Rua e Travessa das Figueiras, Travessa do Requeixo, Largo dos Surradores, Beco das Cortezas e Travessa dos 7 Cantos e mais os seguintes lugares ou quintas: Vale de Ossos, Hortas, Quinta da Alorna, Quinta dos Vigários, Quinta de Santo António, Casal de Marvila, Casal do Girão (Portela) e Vale de Estacas.

A igreja sofreu muitos danos sobretudo com os vários terramotos que assolaram a cidade 1531, 1755, […] e 1909. No rescaldo da invasão francesa de 1810, a freguesia do Salvador foi a que mais prejuízos apresentou na rubrica “Importância dos templos queimados arrazados e saqueados”.

Em 1692, conforme nos refere o vigário na memória paroquial de 1758, António da Costa de Azevedo, foram iniciadas obras de remodelação da igreja que ainda não tinham terminado, faltando o frontespício, quando se deu o terramoto de 1755 que a arrasou: a empena da capela-mor desamparou o corpo da igreja, caindo por terra um vão da abóbada sucedendo o mesmo às janelas do coro e à sua abóbada. O cónego Duarte Dias, citado por Campos Braz, refere que em 19 de março de 1837 os ofícios religiosos passaram a ser efetuados na igreja do Seminário. Os registos paroquiais de batismos confirmam esta informação, porque a fazem constar do teor do registo: “na Parochial Egreja do Seminário e Freguezia do Salvador”, mas só a partir do dia 30 de outubro de 1852, embora nos registos anteriores não seja feita, como era uso, referência à igreja e muitos atos sejam feitos por outros párocos sob licença do de Salvador. A partir do assento de batismo de 19 de outubro de 1853 passa a constar “na Parochial Egreja de Nossa Senhora da Piedade e Freguezia do Salvador”. Em 1868 o arquiteto italiano, José Maria Caggiani foi encarregado do restauro da igreja. Não sabemos se o restauro foi de facto efetuado, mas tudo leva a crer que sim visto que a partir do assento de batismo n.º27, de 2 de setembro de 1869, o pároco passa a referir apenas “n’esta egreja parochial do Salvador”.

Em 17 de setembro de 1895 cai um raio na torre, lado sul, da igreja do Salvador, destruindo o cata-vento. Em 23 de abril de 1909, o grave tremor de terra que se fez sentir em todo o país e em especial no distrito abriu fendas na abóbada da igreja deixando-a incapaz de se utilizar. A 6 de maio de 1909 começaram os trabalhos de escoramento da abóbada, mas a Câmara Municipal acaba por decidir a sua demolição dando-a de arrematação ao empreiteiro, João Ferreira cujos trabalhos terminaram a 1 de dezembro de 1912. No largo aberto pela terraplanagem da igreja foi inaugurado, em 1 de maio de 1919, um monumento ao padre Francisco Nunes da Silva, ou padre Chiquito como era conhecido, um busto de autoria do escultor Rodrigo de Castro. (CB)

A paróquia pertenceu ao Patriarcado de Lisboa até à criação da diocese de Santarém em 16 de julho de 1975, pela Bula "Apostolicae Sedis Consuetudinem", do Papa Paulo VI. A igreja escolhida para sé catedral, indicada na mesma Bula da criação da diocese, foi a igreja chamada do Seminário, dedicada à Imaculada Conceição que atualmente funciona como paroquial de Salvador. Atualmente faz parte do arciprestado de Santarém.
Custodial history
Em geral, os originais estiveram na posse da igreja paroquial até 1859. O Decreto de 19 de agosto do dito ano ordenou que os livros e documentos de registo paroquial fossem arquivados nas Câmaras Eclesiásticas, ficando os duplicados guardados nas paróquias. O Decreto de 18 de fevereiro de 1911 (DG n.º 41, de 20 de fevereiro de 1911) que instituiu o Registo Civil obrigatório, ordenou que os livros de registo paroquial existentes nas Câmaras Eclesiásticas, bem como os originais e duplicados, conservados pelos párocos, à medida que cessassem funções nas respectivas paróquias, fossem transferidos para as competentes Conservatórias do Registo Civil. Em 1916 (Decreto n.º 2225, de 18 de fevereiro), com o fim de recolher os registos paroquiais, nos termos do Decreto n.º 1630, de 9 de junho de 1915, é criado o Arquivo dos Registos Paroquiais, Registo Civil, anexo ao Arquivo Nacional, que pelo Decreto de 18 de maio de 1918, era também arquivo dos distritos de Lisboa e Santarém. Com sede no extinto paço episcopal de São Vicente de Fora é transferido, em 1953, para um rés-do-chão na Rua dos Prazeres, e em 1972 para o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, no Palácio de São Bento, onde permaneceu até 1990, data da transferência e inauguração do edifício próprio no Campo Grande. O Arquivo Distrital de Santarém, criado pelo Decreto n.º 46.350, de 22 de maio de 1965, inicia funções em 1974 e só em 1995 incorpora pela primeira vez registos paroquiais de Abrantes provenientes da respectiva Conservatória do Registo Civil, desconhecendo-se a sua anterior proveniência. Permanecem na posse do Arquivo Distrital de Lisboa (Torre do Tombo) grande parte dos registos paroquiais até meados do séc. XIX e duplicados de 1860-1910.
Acquisition information
Incorporações de 29 de julho de 1976, 8 de setembro de 1998, 23 de abril de 2001, 12 de fevereiro de 2003, 26 de janeiro de 2005, 23 de fevereiro de 2007, 14 de abril de 2008, 13 de fevereiro de 2009 e 3 de fevereiro de 2012 provenientes da Conservatória do Registo Civil de Santarém.
Scope and content
Concelho de Santarém. Freguesia de Salvador. Documentação constituída por registos de batismos, casamentos e óbitos.
Accruals
Incorporações obrigatórias, periódicas. O destino e o prazo foram fixados desde logo pelo Decreto nº 1640, de 9 de junho de 1915, que determinou que de cinco em cinco anos fossem incorporados nos arquivos [distritais ou equiparados], então subordinados à Inspecção das Bibliotecas, os livros com mais de 100 anos, contados a partir da data do último assento, regra confirmada pelos Códigos de Registo Civil subsequentes.
Arrangement
Organização temática. Ordenação cronológica.
Access restrictions
Documentação sem restrições de acesso em termos legais.
Language of the material
Português
Other finding aid
Guias de remessa; ADSTR -Inventário dos fundos paroquiais do concelho de Abrantes; SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA, ARQUIVOS NACIONAIS/TORRE DO TOMBO -Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais: Centro e Sul. Lisboa: SEC; IAN/TT, 1998. vol.1. ISBN 972-8107-08-0
Alternative form available
Portugal, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, microfilmes de originais de registos de batismos, casamentos e óbitos, 1625-1852 (rolo: SGU 1769-1772), duplicados de registos de batismos, casamentos, óbitos e legitimações, 1860-1910 (rolo: SGU 1910-1913);

Portugal, Arquivo Distrital de Santarém, microfilmes de originais de registos de batismos, casamentos e óbitos existentes no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, 1625-1852 (rolo: SGU 1769-1772), microfilmes de duplicados de registos de batismos e casamentos existentes no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, 1860-1910 (rolo: SGU 1910-1912).
Related material
Relação completiva: Portugal, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Paróquia de Salvador [Santarém], registo de batismos, casamentos e óbitos, 1625-1852.

Relação sucessora: Portugal, Conservatória do Registo Civil de Santarém, registos de nascimentos, casamentos, óbitos, perfilhações, legitimações e transcrições, 1911- .
Creation date
29/06/2011 00:00:00
Last modification
13/07/2018 13:50:14